por Antônio Carlos dos Reis - publicado em 25/02/2018
Meus caros leitores, duas escolas do Grupo Especial do carnaval do Rio de Janeiro, Beija-Flor e Paraíso do Tuiuti, foram destaques e campeãs do desfile na Marquês de Sapucaí, demonstrando com o protesto de suas apresentações a total insatisfação com os desmandos, o desprezo e a corrupção sistêmica patrocinados pelas duas administrações: a municipal e a estadual.
O prefeito Marcelo Crivella foi brindado pela Mangueira com um painel em destaque denominado Crivella-Judas, mas só tomou conhecimento da homenagem na Europa, para onde se deslocou durante o carnaval, deixando a cidade entregue à própria sorte, embora tenha tentado justificar sua ausência, com desculpas esfarrapadas, que não convenceram nenhum mortal.
O presidente Michel Temer foi contemplado com um vampirão no desfile da Paraíso do Tuiuti, mas é certo que a maior contundência nas críticas aos políticos corruptos, às mazelas sociais e à intolerância de toda ordem foi proporcionada pela Beija-Flor, com acentuado destaque para a violência e a insegurança que dominam o Rio de Janeiro.
Dos carros alegóricos da Beija-Flor, especial participação teve um deles, com uma gorda ratazana, carregando em suas costas o Congresso Nacional e a Petrobrás, sede de um dos maiores escândalos da República, com envolvimento de inúmeros políticos e partidos, destacando-se entre estes o PT, o MDB, o PSDB, o PSD, o DEM, o PR e alguns nanicos, o que significa dizer que muitos participaram da roubalheira aos cofres da nossa estatal e hoje têm o desplante de pregar a moralização dos costumes.
Além da forte pregação anticorrupçãol, em uma linguagem franca e direta, também chamou a atenção do público e dos teleespectadores a incorporação, em seu desfile, da pregação contra a intolerância, o que não deixa de ser uma postura corajosa para os dias atuais, em razão de que uma parte da sociedade, felizmente uma minoria, especialmente os internautas, aceita a pregação intolerante, homofóbica e odiosa.
Combatendo a intolerância, a Beija-Flor colocou como destaque em um de seus carros alegóricos Phabullo Rodrigues da Silva, mais conhecida como Pablo Vittar, vítima de variadas e intolerantes ofensas homofóbicas na internet, a qual, entrevistada no final do desfile, se disse emocionada, contando ao reporter os preconceitos e ataques de toda ordem que sofreu na infância em seu estado natal, o Maranhão, oprimida que foi por gente que ainda estava na época da Idade Média.
Meus caros leitores, pelo menos uma parte vai se lembrar que em 1989, a mesma Escola de Samba, na época comandada pelo saudoso carnavalesco e artista plástico Joãozinho Trinta, que teve uma afetiva ligação com Rio Pomba e seu carnaval, levou para a avenida o enredo “Ratos e Urubus, Larguem Minha Fantasia”, mostrando mendigos e menores carentes brasileiros, além de uma imagem marcante de um Cristo encravado em uma favela.
Foi censurado pela Cúria Metropolitana do Rio de Janeiro. Inconformado, Joãozinho Trinta cobriu o Cristo com sacos de lixo preto e desfilou do mesmo jeito, com um cartaz pendurado no peito: “Mesmo proibido, olhai por nós”.
No desfile, a escola apresentou fantasias, criticando impostos altos, ratos em referência a políticos, representação de crianças em caixões e mães chorando por seus filhos policiais mortos, encenações da rotina deviolência no Rio. Só podemos lamentar, chorar de vergonha e ficarmos tristes com tanta desgraça.
Continuamos nossa cruzada e apelos. Você, pequeno, médio e grande empresário, da cidade ou da zona rural; associações, sindicatos patronais e de empregados, profissionais liberais, como médicos, cirurgiões-dentistas, farmácias, contadores, advogados, manicures, etc., tomem uma assinatura do nosso jornal “O Imparcial”. Não deixe que ele desapareça, se não ficaremos sem o mais importante repositório e registro dos acontecimentos do município e da região.
por Antônio Carlos dos Reis - criado em 15/10/2018
Meus caros leitores, confessamos com toda sinceridade que está muito difícil escolher o menos pior dos candidatos que vão disputar o segundo turno das eleições no próximo dia 28 de outubro e o que deveria ser uma festa da democracia tornou-se um pesadelo para os eleitores conscientes, os que repudiam o fanatismo, os quais sabem que a virtude está no meio, o centro, afastando os extremistas, tanto da direita como da esquerda.
Percebemos que o segundo turno da eleição presidencial vai opor dois candidatos que, ao invés de colocarem água na fervura, estão abastecendo a fogueira com lenha, em um processo de antagonismo e intolerância, que abala a democracia, pela qual tanto lutamos nestas últimas décadas.
De um lado, o direitista Jair Bolsonaro, do PSL, o truculento apologista da ditadura militar e dos torturadores, que a usavam para práticas de violência e de suplício. De outro lado, o esquerdista Fernando Haddad, do PT, que representaria a volta ao poder do grupo que foi responsável pela crise econômica, política e moral que abala até hoje o país.
Sendo assim, é certo que os eleitores do centro, que desprezamos essas tétricas candidaturas, porque não concordamos com suas pregações e com as suas atitudes e de seus partidos, bem como os programas que defendem, estamos, como diz o caipira, no mato sem cachorro.
Embora não fosse o candidato dos nossos sonhos, no primeiro turno votamos em Ciro Gomes, na esperança de que um candidato centrista atraísse os votos de uma boa parcela do eleitorado e chegasse ao segundo turno, quando se daria o embate final com o candidato da direita, com boas possibilidades de êxito, conforme levantamento e pesquisa do Datafolha demonstrando que Ciro Gomes venceria Jair Bolsonaro no segundo turno.
É certo, contudo, que para alcançar este objetivo, seria necessário que o PT e Lula abraçassem essa causa, fizessem um “mea culpa” e colocassem o Brasil e os brasileiros acima de seu projeto de poder, enxergando bem além, acima e embaixo do umbigo, sob pena de colocarem o governo no colo do candidato da direita e de seus seguidores, entre os quais existem parcelas de intolerantes, truculentos, racistas, homofóbicos, misóginos, ( para a galera, desprezo, aversão às mulheres, segundo o Aurélio), adeptos da violência e da tirania, o que representa tudo aquilo que a democracia rejeita e condena.
Não devemos esquecer que os governos do PT têm grande e pesada parcela de responsabilidade política pelos escândalos do mensalão e do petrolão, o que levou a que alguns de seus dirigentes fossem processados e condenados pela Justiça, com amplo direito de defesa, o que não impede que os petistas fichas-limpas ajudem e engrosssem as fileiras de uma ampla coligação, com vistas a um objetivo comum, em prol do regime democrático.
Uma jornalista da Folha de São Paulo, Daniela Lima, editora da coluna diária “Painel”, onde faz um resumo dos fatos e acontecimentos políticos ocorridos no Brasil, especialmente em São Paulo, denunciou na edição do jornal de 27 de setembro passado graves ameaças recebidas, depois que gravou um programa na internet sobre pesquisas.
Alguns eleitores intolerantes e fanáticos do candidato Bolsonaro não gostaram da gravação e pela internet postaram mensagens com pesadas ofensas à jornalista, tais como: “vagabunda, filha da puta, piranha, mentirosa, bandida, jumenta, você é do tipo que merece receber menos do que os homens, você merece morrer, repórter filha do cão, petralha imunda”.
Mas não é só. Jornalistas da TV Globo, de O Globo, de O Estado de São Paulo e da Folha de São Paulo, de blogs, sites, estão com as redes cheias dessas mensagens, observando-se uma verdadeira cruzada ou motim contra a imprensa livre, crítica e profissional.